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Infertilidade Masculina

Infertilidade, segundo a OMS, é “uma doença do sistema reprodutor masculino ou feminino, definida pela incapacidade de conceber uma gravidez após 12 meses ou mais de relações sexuais regulares desprotegidas”.

Infertilidade masculina ocorre quando essa incapacidade é causada por algum fator relacionado ao homem, que o impede de engravidar a mulher. 

Essa condição pode ser atribuída a uma variedade de fatores, que podem ser físicos, hormonais, genéticos, ambientais ou relacionados ao estilo de vida. A compreensão das causas e dos fatores de risco associados à infertilidade masculina é essencial para o diagnóstico e tratamento adequados.

Causas da infertilidade masculina:

  1. Problemas com a produção de espermatozoides: Algumas disfunções podem causar alterações nas células dos testículos que são responsáveis por produzirem os espermatozoides, causando a oligospermia (baixa contagem de espermatozoides) ou até mesmo a azoospermia (ausência de espermatozoides no sêmen. A varicocele (uma dilatação das veias no escroto), tratamentos com medicamentos, radioterapia, infecções, obesidade entre outros, podem alterar a produção.

  2. Problemas com a função espermática: Os espermatozoides, apesar de presentes no sêmen, podem ter qualidade afetada pela sua motilidade reduzida (incapacidade de se mover adequadamente), morfologia anormal (forma anormal dos espermatozoides) ou danos no DNA espermático.

  3. Distúrbios hormonais: Distúrbios hormonais relacionados a patologias glandulares ou até mesmo pela utilização de hormônios (esteroides anabolizantes, utilizados por qualquer via), pois causam alteração do eixo hipotálamo-hipófise-testículos, interferindo na produção de espermatozoides.

  4. Problemas genéticos: Anormalidades genéticas, como a síndrome de Klinefelter ou a microdeleção do cromossomo Y, podem causar infertilidade masculina.

  5. Condições médicas: Certas condições médicas, como diabetes, infecções do trato genital, varicocele ou lesões testiculares, podem contribuir para a infertilidade masculina.

  6. Estilo de vida e fatores ambientais: Fatores como tabagismo, consumo excessivo de álcool, uso de drogas recreativas, exposição a toxinas ambientais, obesidade, estresse crônico e uso de certos medicamentos podem afetar a fertilidade masculina.

 

Fatores de risco para infertilidade masculina:

  1. Idade: A fertilidade masculina tende a diminuir com a idade, piorando após os 40 anos.

  2. Exposição a toxinas: A exposição ocupacional ou ambiental a produtos químicos, pesticidas, metais pesados ​​ou radiação ionizante.

  3. Histórico médico: Certas condições médicas, como câncer de testículo, infecções, problemas congênitos nos órgãos reprodutivos ou cirurgias anteriores

  4. Estilo de vida: Hábitos de vida pouco saudáveis, como tabagismo, consumo excessivo de álcool, uso de drogas recreativas, obesidade e sedentarismo.

  5. Exposição a altas temperaturas: A exposição prolongada dos testículos a temperaturas elevadas, como resultado do uso frequente de saunas, banhos quentes em banheira por longos períodos ou roupas apertadas.

Dados sobre infertilidade masculina

A OMS estima que em países de baixa renda a prevalência de infertilidade nos casais seja de 16,5%. Para os países de alta renda é ainda maior, 17,8% dos casais apresentam infertilidade. A infertilidade isoladamente de causa masculina ocorre em 30 % dos casos, sendo que em mais 20% ocorrem fatores masculinos e femininos simultâneos. Portanto, encontramos alguma contribuição do homem, para infertilidade do casal, em cerca de 50% dos casos. A oligospermia, caracterizada por uma contagem reduzida de espermatozoides no sêmen, é uma das principais causas de infertilidade masculina. Estima-se que cerca de 8-12% dos homens em idade reprodutiva apresentam oligospermia. A azoospermia, que é a ausência de espermatozoides no sêmen ejaculado, afeta aproximadamente 1% dos homens em idade reprodutiva. Além dos problemas de contagem de espermatozoides, fatores como baixa motilidade espermática, morfologia espermática anormal e danos no DNA espermático também podem contribuir para a infertilidade masculina. Assim como a idade afeta a fertilidade feminina, estudos sugerem que a idade masculina também desempenha um papel na fertilidade. A qualidade e a quantidade dos espermatozoides podem diminuir à medida que os homens envelhecem, afetando a capacidade de concepção. Hábitos de estilo de vida pouco saudáveis, como tabagismo, consumo excessivo de álcool, uso de drogas recreativas, obesidade e exposição a toxinas ambientais, podem aumentar o risco de infertilidade masculina. É importante lembrar que as estatísticas e os dados podem variar de acordo com a região e a população estudada. Além disso, cada caso de infertilidade masculina é único, e a avaliação individualizada é fundamental para determinar a causa e o tratamento adequado.

O que é Oligospermia?

Quando no espermograma ocorre baixa concentração de espermatozoides (inferior a 15 milhões/ml), é denominada oligospermia. Também é conhecida como baixa contagem espermática. Ela pode ser causada por diversos fatores, tais como: Disfunção testicular: Problemas nos testículos podem afetar a produção adequada de espermatozoides. Isso inclui condições como varicocele (uma dilatação das veias no escroto), infecções, lesões tumorais testiculares, problemas hormonais, uso de certos medicamentos ou histórico de radioterapia ou quimioterapia. Obstrução dos ductos deferentes: Algumas condições podem causar obstrução parcial ou completa dos ductos deferentes, que são responsáveis por transportar os espermatozoides do testículo para a uretra. Isso pode ocorrer devido a cirurgias prévias (como cirurgias de hérnia inguinal ou até mesmo a vasectomia), infecções ou anomalias congênitas. Problemas genéticos: Anormalidades genéticas, como a síndrome de Klinefelter (presença de um cromossomo X adicional em homens) ou microdeleção do cromossomo Y, podem afetar a produção de espermatozoides e resultar em baixa contagem de espermatozoides. Estudos demonstram que a oligospermia está associada a um aumento da apoptose espermática, fragmentação do DNA e estresse oxidativo, todos fatores que comprometem a qualidade do esperma e, consequentemente, a fertilidade. A oligospermia é uma condição complexa que pode resultar de múltiplos fatores etiológicos e está associada a várias alterações biológicas que comprometem a fertilidade masculina. Uma avaliação detalhada e um manejo adequado são essenciais para melhorar os resultados reprodutivos e a saúde geral dos pacientes.

O que é Astenozoospermia?

É uma alteração na motilidade dos espermatozoides. Ela é uma condição em que os espermatozoides têm dificuldade em realizar esses movimentos de forma rápida, progressiva e linear. A motilidade espermática é crucial para a fertilização, se ela não for adequada os espermatozoides não conseguem percorrer trato reprodutivo feminino e não fecundam o óvulo. Diversos estudos têm investigado os mecanismos relacionados à astenozoospermia, revelando uma complexa interação de fatores genéticos, metabólicos e ambientais. Citamos alguns abaixo: Anomalias estruturais: Anormalidades que podem ser causadas por problemas genéticos, danos no DNA espermático, deficiências nutricionais ou exposição a toxinas ambientais. Desequilíbrios hormonais: Os hormônios desempenham um papel crucial na regulação da produção de espermatozoides e na sua função. Baixos níveis de testosterona, podem afetar negativamente a motilidade dos espermatozoides. Condições médicas: Certas doenças como a varicocele, infecções genitais, doenças autoimunes, diabetes e obesidade, podem afetar a motilidade dos espermatozoides. A astenozoospermia está intimamente ligada à infertilidade masculina. A etiologia dessa condição é multifatorial, envolvendo alterações genéticas, metabólicas e de resposta ao estresse, que comprometem a produção de energia e a funcionalidade dos espermatozoides.

O que é Teratozoospermia?

É quando os espermatozoides, no exame do sêmen, apresentam alteração na morfologia, acima do esperado. A morfologia dos espermatozoides tem relação com seu formato e com sua estrutura. Espermatozoides com morfologia anormal têm formas incomuns e podem ter dificuldade em fertilizar o óvulo. A morfologia espermática, avaliada pelos critérios estritos de Kruger, é um componente importante na análise do sêmen e está intimamente relacionada à infertilidade masculina. Alguns fatores que podem levar à morfologia anormal incluem: Anomalias genéticas: Alterações que podem afetar a formação e o desenvolvimento adequados dos espermatozoides, resultando em morfologia anormal. Estresse oxidativo: Pode ocorrer desequilíbrio entre a produção de radicais livres e a capacidade do organismo de neutralizá-los. O estresse oxidativo pode causar danos nas estruturas dos espermatozoides, levando a morfologia anormal. Exposição a toxinas ambientais: Quando expostos a substâncias tóxicas, como produtos químicos industriais, pesticidas, metais pesados ​​ou fumo, os espermatozoides podem apresentar alteração no formato. A teratozoospermia também está associada a alterações no perfil metabólico do plasma seminal, o que pode refletir em alta fragmentação do DNA espermático. A relação entre a morfologia espermática e a infertilidade masculina é complexa e multifatorial. Embora mesmo apresentando morfologia espermática alterada , alguns homens possam conceber naturalmente ou por inseminação intrauterina. A morfologia é um fator importante a ser considerado no contexto de infertilidade masculina, especialmente quando combinada com outras alterações do espermograma, como a oligospermia e a astenozoospermia. A avaliação abrangente é essencial para um diagnóstico preciso e para a escolha do tratamento mais adequado para casais que enfrentam dificuldades reprodutivas.

O que é Azoospermia?

Azoospermia é a ausência de espermatozoides no sêmen examinado após ejaculação, mesmo após centrifugação. Ela é encontrada em aproximadamente 1% dos homens da população geral e em 10 a 15% dos inférteis. Pode ser classificada em obstrutiva e não obstrutiva. A Azoospermia é obstrutiva, quando é causada por uma interrupção no trato reprodutivo, que impede a passagem dos espermatozoides, como na vasectomia ou na ausência congênita de ductos deferentes. A Azoospermia Não Obstrutiva ocorre por alterações na espermatogênese, é uma forma mais severa de acometimento , e deve ser bem estudada antes de qualquer tratamento. Pode ter múltiplas causas, com por exemplo: Síndrome de Klinefelter, microdeleções do cromossomo Y, quimioterapia, criptorquidismo, varicocele, Síndrome de kallmann, Hiperprolactinemia, infecções, uso de medicações e uso de hormônios, entre outros. Investigação e o diagnóstico adequados da azoospermia, buscando definir a etiologia, são importantes antes de iniciar qualquer tratamento. O urologista/andrologista deve trabalhar simultaneamente e em colaboração com o especialista em reprodução humana. A compreensão das causas pode dar importante noção de prognóstico, tanto para avaliar possibilidade de tratamentos clínicos quanto para estimar a chance de obtenção de espermatozoides em procedimentos de captação para técnicas de reprodução assistida. Sinergia, trabalho em conjunto, cuidados na condução do caso e boas práticas podem ajudar a atingir o objetivo que é o tratamento da infertilidade.

É importante ressaltar que essas são apenas algumas das condições médicas que podem levar a alterações na contagem, motilidade e morfologia dos espermatozoides. O diagnóstico adequado é fundamental para identificar a causa específica da infertilidade masculina e determinar as opções de tratamento mais adequadas para cada caso.

Sabemos que todo esse processo pode ser desgastante, pois envolve consultas, múltiplos profissionais, novos conhecimentos e dúvidas. 

Tenha em mente, contudo, que isso é necessário para tomar as melhores decisões informadas.

Dr. Eduardo Zanchet
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Curitiba - PR
Telefone: +55 (41) 3566-6007

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